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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Força na fraqueza


“Eu mesmo, irmãos, quando estive entre vocês, não fui com discurso eloqüente nem com muita sabedoria para lhes proclamar o mistério de Deus. Pois decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado. E foi com fraqueza, temor e com muito tremor que estive entre vocês. Minha mensagem e minha pregação não consistiram de palavras persuasivas de sabedoria, mas consistiram de demonstração do poder do Espírito, para que a fé que vocês têm não se baseasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus”. - 1 Coríntios 2:1-5

Ser forte pela ótica do atual meio evangélico, o qual eu atualmente-e-glória-à-Deus-por-isso “me incluo fora dele”, significa – entre outras coisas – que detemos fórmulas mirabolantes para chantagear Deus, utilizando suas promessas de forma a obtermos tudo o que desejamos. Afinal de contas, basta pedir que nos será concedido, dar o dízimo para que o gafanhoto devorador voe longe de nossas plantações, não ficarmos doentes por Jesus ter levado sobre si todas as nossas enfermidades, e por aí vai longe...

Está lá, está escrito e pronto. Ele assinou e agora terá que cumprir. Senão, este Deus ou é fraco (por não conseguir atender nossos pedidos), é mentiroso (por falar algo que não faria), não nos ama ou, a pior das mentiras, só atende os filhos que não estão em pecado. Esta última, aliás, é uma das armas mais utilizadas nos púlpitos neo-pentencostais, a desculpa “bombril” que obviamente acaba funcionando com os fiéis que acreditam piamente em suas lideranças bispal-apostólicas-enganadoras...

Isso veio de supetão. Na verdade, quero focar outro ponto do conceito de forte e fraco. Noto com o passar dos anos na presença de Deus que muitas vezes falamos muito, mas MUITO mesmo sobre Jesus, seu poder, seus milagres, seu perdão, sua Graça e todas as virtudes possíveis e imagináveis, mas vivemos muito pouco desta realidade.

Falar é fácil e até um papagaio é capaz de fazê-lo de tanto ouvir algo. O que tenho visto e vivido, entretanto, é que o verdadeiro Evangelho não é algo que tem que ser falado, ele tem que ser VIVIDO diariamente, na prática, no comer e no beber, no andar e no parar, no se relacionar e se afastar. Cada ato nosso é a pregação do Evangelho que será ouvido com os ouvidos da alma. Bombardeio de informações nós sofremos por todos os lados, entrando por nossos ouvidos, olhos, poros, emoções. Todavia, uma pessoa vivendo uma vida em harmonia com Deus através de Cristo tem o poder avassalador de transformação, tanto em nós quanto nos que nos cercam.

Acho que é isso o que o apóstolo Paulo quer dizer em 2 Corintios 3:1-3:

“Começamos outra vez a recomendar-nos a nós mesmos? Ou, porventura, necessitamos, como alguns, de cartas de recomendação para vós, ou de vós? Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifestos como carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne do coração”.

Talvez escandalize alguns, mas não é pelo muito falar, é por nosso estilo de vida, pelo nosso equilíbrio, por um conjunto de variáveis que na verdade nada tem a ver com legalismo, usos e costumes, fachada, aparente santidade. É algo muito maior, é algo vivo e pulsante, não cabe dentro de você, transborda e afeta todos que te cercam, de uma maneira ou de outra.

Quando vivemos assim, uma das últimas coisas que fazemos é o inverso do que fazíamos quando nos convertemos: Cada vez mais pregamos menos!!! Nos tornamos atraentes ou repugnantes para os que optam por se perder, ao mesmo tempo nos cercam para tentar decifrar que bom perfume é aquele que exalamos. A Palavra pregada mesmo só é dita na hora certa, sob as circunstâncias certas e na medida certa. Uma única bala, atirada diretamente no alvo.

O mais impressionante disso tudo que tenho experimentado é que isso acontece em momentos que acreditamos estar bem fraquinhos. É algo muito louco (o Evangelho é loucura, isso é fato.), pois agimos ou interagimos com outras pessoas muitas vezes sem nem ter em mente que estamos pregando o Evangelho e, quando nos damos conta, alguma coisa acontece e não falamos uma (lá vem jargão) “palavra rhema”, revelada, mas temos uma postura rhema, uma atitude rhema, um silêncio rhema, e isso faz TODA diferença para a vida daquele a quem o Senhor nos colocou em contato para que ELE agisse.

Loucura, heresia, blasfêmia. Podem falar e achar o que quiser de mim e do que estou escrevendo. Todavia vivo isso, tenho visto isso acontecer com outras pessoas. Alguns dos momentos mais produtivos que já tive e vi outros terem para o Reino de Deus foram em “momentos Jonas”, na barriga do peixe, sendo vomitado na praia, fedendo bile de baleia. Não é um paradoxo?

Assim somos fortes. Sem saber que fortes somos e não tentando impressionar com palavras humanas, ainda que recheadas de “evangeliquês”, nem com atitudes hipócritas. Somos fortes naqueles momentos em que todos consideram game over para nós, quando acham que estamos no fio da rabiola. Experimente...

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Anônimo, eu não sei quem é você, mas o Senhor te conhece muito bem. Sendo assim, pense duas vezes antes de utilizar este espaço LIVRE (poderia bloquear comentários de anônimos mas não o faço por convicção pessoal e direção espiritual) antes de ofender quem quer que seja. Estou aberto para discutimos idéias sem agredir NINGUÉM ok? - Na dúvida, leia mil vezes Romanos 14, até ficar encharcado com a Verdade sobre este assunto...